Gino Severini

A pintura de Severini, que no princípio resultou de uma síntese das propostas formuladas pelo futurismo e o cubismo, teve importância básica para a aceitação do movimento futurista fora da Itália. Mais tarde, a partir de 1921, seu estilo tendeu para a figuração neoclássica que, pelo restante da carreira, ele usaria em muitos mosaicos e painéis decorativos.

Gino Severini nasceu em Cortona, Itália, em 7 de abril de 1883. Iniciou sua formação em 1900, como aluno de Giacomo Balla. Estimulado por este, mudou-se em 1906 para Paris, onde entrou em contato com os expoentes do cubismo na França, como os pintores Braque e Picasso e o poeta e crítico de arte Guillaume Apollinaire. No entanto, continuou a pintar à maneira dos pontilhistas -- que aprendera com o mestre Ballà -- até 1910, quando assinou o manifesto futurista lançado pelo poeta milanês Filippo Tommaso Marinetti.

Embora subscrevesse a estética oficial do futurismo, Severini elegeu a figura humana como a fonte mais constante de seus temas e ritmos. Em cenas de cabaré, pelas quais demonstrou inclinação especial, usou cores berrantes e formas altamente dinâmicas para evocar sensações de som e movimento. Ao dar continuidade à temática da vida noturna em "Hieróglifo dinâmico do Bal Tabarin" (1912), a ela incorporou a técnica da colagem cubista, fixando lantejoulas de verdade nas vestes pintadas das dançarinas.

Só em raras ocasiões, principalmente em obras do tempo da guerra como "O trem da Cruz Vermelha" (1914), Severini se deu à glorificação da força mecanizada, tão típica do futurismo. Ao invés disso, elaborou uma variante cada vez mais pessoal de cubismo, que reteve, não obstante, elementos decorativos do pontilhismo e do futurismo. Gino Severini morreu em Paris, em 27 de fevereiro de 1966.